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Um plano de celular via satélite da Starlink, subsidiária da SpaceX, em parceria com a empresa de telecomunicações americana T-Mobile, deve começar a rodar comercialmente nos Estados Unidos e em outras partes do mundo em julho. Entenda, neste artigo, o que é Direct to Cell, quando o serviço deve chegar ao Brasil e como usá-lo. 1gw3l
O que é Direct to Cell? 363eu

A base do aguardado serviço de internet via satélite da Starlink está na tecnologia Direct to Cell, desenvolvida em parceria com a T-Mobile nos Estados Unidos, que permite que satélites da companhia funcionem como torres de celular no espaço.
O funcionamento do Direct to Cell depende da utilização de satélites de órbita baixa (LEO), a cerca de 550 km da Terra, que oferecem vantagens em termos de menor latência e maiores velocidades de transmissão de dados em comparação com os satélites geoestacionários que já são utilizados para serviços de internet.
Os satélites da Starlink que viabilizam essa conectividade direta para celulares são equipados com avançados modems eNodeB, funcionando essencialmente como estações-base de telefonia móvel em órbita ao redor da Terra. A tecnologia utiliza padrões LTE já estabelecidos e é compatível com modems convencionais, facilitando sua integração com os protocolos de comunicação móvel que já são usados.
Uma grande vantagem desse método é que ele não exige hardware adicional, como as antenas dos serviços convencionais da Starlink, ou aplicativos específicos no smartphone do usuário, tornando o serviço ível a uma ampla gama de dispositivos já existentes.
A tecnologia tem potencial de oferecer cobertura universal, alcançando áreas remotas do Brasil, por exemplo, onde a infraestrutura de telefonia móvel tradicional enfrenta desafios consideráveis, como a Amazônia.
Veja um vídeo demonstrando o Direct to Cell da Starlink, do YouTuber DISHYtech (com dublagem em português feita por IA):
Qual a fase atual de implementação do Direct-to-Cell? 4h6e1i

A implementação do serviço nos EUA tem ocorrido de forma gradual, visando a realização de testes rigorosos e a otimização de cada serviço antes do lançamento em larga escala. Lançado inicialmente em 2024 com e a mensagens de texto e e para Alertas de Emergência sem Fio (WEAs), há planos para introduzir conectividade de dados e IoT (Internet das Coisas) ainda em 2025, além de incorporar chamadas de voz e vídeo, de arquivos e até transmissões ao vivo em uma fase posterior, segundo o GSMArena.
Nos EUA, a T-Mobile ofereceu um teste beta com internet gratuita via satélite para celulares até julho de 2025, aberto até mesmo para clientes de concorrentes, como a AT&T. Após o lançamento comercial, espera-se que o serviço seja incluído sem custo adicional no plano “Go5G Next” da T-Mobile.
s de outros planos poderão adicioná-lo por uma taxa mensal extra de US$ 15 e clientes de outras operadoras devem conseguir o ao serviço mediante uma cobrança separada, entre US$ 20 e US$ 25 por mês. Segundo a Starlink, o principal objetivo das parcerias com empresas de telecomunicações é eliminar as chamadas “zonas mortas” de cobertura móvel, oferecendo conectividade abrangente em regiões que antes eram iníveis para torres de celular convencionais.
Ao integrar a infraestrutura de satélites da Starlink com a tecnologia de rede móvel, o serviço busca proporcionar conectividade automática para a maioria dos smartphones lançados nos últimos quatro anos, independentemente do sistema operacional. A T-Mobile, inclusive, colabora com parceiros globais de roaming e com a SpaceX para potencialmente expandir os serviços via satélite para clientes que viajam internacionalmente.
Entre os parceiros globais da Starlink para a promoção do serviço Direct to Cell estão a Optus e Telstra na Austrália, a japonesa KDDI e a Rogers, do Canadá. A sul-americana Entel, que deve oferecer o serviço, até o momento, no Chile e no Peru, está realizando testes de mensagens via satélite na região de Atacama e a operadora One NZ, da Nova Zelândia, iniciou testes do serviço, denominado “Satellite TXT“.
Quando o Direct to Cell chega ao Brasil? h6d37

Embora a Starlink tenha obtido uma licença da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para operar serviços de banda larga fixa no Brasil até 2027, a oferta de internet via satélite para celulares no Brasil ainda depende de regulação específica e parcerias. Dessa forma, a expectativa de que o Direct to Cell esteja disponível no Brasil já em julho, simultaneamente ao lançamento comercial nos Estados Unidos, pode ser precipitada.
Até o momento, a empresa de Elon Musk não anunciou acordos com nenhuma das principais operadoras brasileiras, como Claro, Vivo e Tim, que juntas controlam mais de 95% do mercado nacional, segundo a Teleco Consultoria. Embora a Starlink já promova o Direct to Cell em seu site em português, o Brasil ainda não aparece entre os países listados como parceiros globais da companhia para a implementação da tecnologia.
No entanto, enquanto a Starlink ainda não formalizou acordos no país, a Anatel vem avançando na regulamentação da internet móvel via satélite. Em 2024, a agência aprovou um sandbox regulatório – um ambiente experimental e controlado para testes de novas tecnologias – voltado para serviços de comunicação direta entre satélites e dispositivos móveis, chamado de Direct-to-Device (D2D). Essa iniciativa também permitiu a operação dos satélites não geostacionários da Omnispace no Brasil.
Dentro desse ambiente de testes, a Claro concluiu com sucesso seus experimentos iniciais com internet móvel via satélite. “O sucesso dos testes de D2D no Maranhão é um exemplo claro de como essas iniciativas podem trazer benefícios concretos para a sociedade, ampliando a inclusão digital e melhorando a qualidade de vida em áreas remotas”, afirmou Alexandre Freire, representante do Comitê Gestor da Internet da Anatel.
Com a regulamentação avançando rapidamente e empresas já testando a tecnologia no país, o lançamento de um plano de internet móvel via satélite da Starlink no Brasil pode até estar mais próximo – ainda que dependa de ajustes regulatórios e possíveis parcerias no futuro.
Preços e planos: como deve funcionar no Brasil? 6s482d

Sem um anúncio oficial, o Direct to Cell não tem planos com preços definidos no Brasil. Se tomarmos o mercado estadunidense como referência, onde o beta é gratuito e o lançamento comercial incluirá o serviço no plano da T-Mobile sem custo adicional (com cobranças extras para outros planos), é provável que a Starlink adote uma abordagem semelhante no Brasil.
Isso significa que a empresa, em conjunto com a operadora parceira, deve introduzir planos pagos à medida que expandir os serviços além das mensagens de texto, para incluir chamadas de voz e o à internet. O modelo de precificação nos EUA, no qual clientes que não são da T-Mobile podem pagar uma mensal separada, também pode servir de base para futuras ofertas pagas no Brasil, possivelmente em parceria com operadoras locais.
Como o foco principal dessa fase parece ser garantir conectividade essencial, como troca de mensagens e chamadas de emergência, é possível que a oferta de internet via satélite gratuita da Starlink no Brasil seja direcionada, sobretudo, para regiões sem cobertura de rede tradicional, com eventuais limitações de banda e funcionalidades. Contudo, como o ambiente de testes no Brasil já está sendo realizado por outras empresas, também é plausível considerar que a Starlink chegue ao país com planos pagos já definidos.
Enquanto isso, é possível contratar planos focados em mobilidade chamados “planos viagem” da Starlink, que incluem kits de antena portáteis e úteis para quem viaja muito. Os planos variam entre o mais barato de R$ 55 (plano de 10 GB) e R$ 2.560 (Viagem Global) – veja como contratar os serviços da Starlink no Brasil.
Quais smartphones já estão sendo testados com a tecnologia? 5o1k3i

A lista de marcas e modelos compatíveis inclui dispositivos populares no Brasil, como:
Marca | Modelos Compatíveis |
---|---|
Apple | iPhone 14 e versões posteriores, incluindo modelos Plus e Pro. |
Samsung | Série Galaxy A: A14, A15, A16, A35, A53 e A54. Série Galaxy S: A partir do S21, incluindo versões Plus, Ultra e Fan Edition (FE). Dobráveis: A partir do Galaxy Z Flip3 e Z Fold3. |
Motorola | Modelos lançados a partir de 2024, incluindo Razr, Razr+, Edge e linha G. |
Linha Pixel 9. (Não vendido oficialmente no Brasil). |
Embora a data de julho de 2025 seja especulativa para o lançamento no Brasil, a intenção da Starlink de expandir globalmente seus serviços, juntamente com o desenvolvimento bem-sucedido da tecnologia nos Estados Unidos em parceria com a T-Mobile e os esforços da Anatel, sugere que a chegada ao mercado brasileiro é uma questão de tempo. Fique ligado no Showmetech para saber como usar o Direct to Cell no Brasil, assim que confirmado.
Você acha que a Anatel conseguirá aprovar a tecnologia até o lançamento comercial do Direct to Cell? Conta para a gente nos comentários.
Veja mais sobre o Direct to Cell
Texto revisado por Alexandre Marques em 27/03/2025.
Ótima dica. Bem esclarecedor e completo.