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O jogo que deu origem a Breath of the Wild no Wii U chega ao Nintendo Switch no final da vida do console, como uma rajada de ar fresco, completando a lineup de ports com chave de ouro (e robôs voadores gigantes). Confira a seguir a nossa review de Xenoblade Chronicles X: Definitive Edition, um dos últimos grandes lançamentos para o Nintendo Switch. 41585s
A franquia Xenoblade 732745

Xenoblade Chronicles X é o segundo jogo da série que teve início no Wii. A IP é propriedade da Monolith Soft., que por sua vez é propriedade da Nintendo. E, por mais que o jogo original do Wii U, seja uma nova iteração da franquia de RPG, ele não traz nenhuma familiaridade com Xenoblade Chronicles (Wii). Muito pelo contrário, ele vai em um sentido completamente oposto e apresenta um conceito que seria de extrema importância para a existência de um dos jogos mais aclamados da Big N: The Legend of Zelda – Breath of the Wild.
Enquanto o primeiro Xenoblade apresenta uma história com progressão linear, baseado na narrativa e motivação de seus personagens, Xeno X apresenta o conceito de mundo aberto e oferece um desafio: como conduzir a história quando a liberdade de exploração é, literalmente, sem limites?
A resposta é mais satisfatória, inclusive, do que o que foi apresentado em Breath of the Wild e Tears of the Kingdom, amarrando o desenvolvimento da trama em missões que precisam ser descobertas e concluídas pelo próprio jogador, em um ambiente que não oferece qualquer tipo de amarra ou barreira, principalmente a partir de certo ponto da mesma história que você precisa, de alguma forma, fazer progredir. Parece confuso? Então você está no lugar certo. Bem-vindo ao mundo de Xenoblade Chronicles X.

Hoje, com 5 jogos bem distintos, Xenoblade Chronicles é uma das maiores IPs da Nintendo, e a maior da Monolith. A versão X corre por fora da história dos outros jogos, oferecendo uma visão nova e fresca para a fórmula de JRPG em que as outras iterações acabam ficando presas, mas sem jamais se distanciar o suficiente para não ser reconhecido por seus iguais.
É claro que a versão Definitive do Switch veio com surpresas que… bom, isso já entra no campo dos spoilers, mas vale apenas dizer que não é apenas um port copia/cola do jogo original e existe uma parte nova do mundo a ser explorada que promete aproximar X cada vez mais dos seus iguais.
Sendo o segundo jogo do que acabou se tornando uma grande e complexa série, ele é uma espécie de “patinho feio” entre os seus. Ficou onze anos preso em uma das plataformas de menor venda e alcance da Nintendo, onde era cultuado pelos poucos que tiveram essa oportunidade. Hoje ressurge em toda sua grandiosidade, atingindo o público da que está perto de se tornar a maior base instalada da história da empresa e completando uma brecha que havia sido deixada quando 3 jogos foram originais do Nintendo Switch. O primeiro jogo recebeu uma remasterização também no console híbrido.
História j1521

Tramas complexas e muitas reviravoltas são marcas registradas da série, mas Xenoblade X eleva isso à milésima potência. Aqui, a humanidade enfrenta um desafio sem precedentes, quando duas raças alienígenas decidiram travar uma guerra na atmosfera do nosso planeta, levando-o à completa destruição. Com uma informação privilegiada, os humanos conseguem construir gigantescas arcas que vão vagar pelo espaço para colonizar outros mundos, levando cidades inteiras de diversos continentes, preservando assim a vida humana.
Infelizmente, muitas delas mal conseguem decolar durante o ataque e apenas uma se salva, a White Whale, levando a cidade de New LA (Nova Los Angeles). Posteriormente, essa cidade também é atacada durante seu percurso e acaba caindo em um planeta chamado Mira.
Agora, eles precisam recuperar as peças perdidas da nave, que se partiu na queda e encontrar o Lifehold, uma unidade gigantesca que possui todos os humanos restantes do Planeta Terra em criogenia, antes que a humanidade seja extinta de uma vez por todas.
Você é um dos resgatados no processo e controla um avatar, que pode inclusive ser personalizado de uma forma complexa e satisfatória. Isso oferece uma impessoalidade em comparação aos protagonistas cheios de vida e personalidade dos outros jogos.
Seu personagem desaparece ao ser colocado ao lado do intrépido Shulk, do burrinho, porém apaixonante Rex, e do determinado Noah. Mas tudo o que falta de carisma no personagem que você controla, sobra em seus três principais companheiros: Elma, Linly e Tatsu. Eles vão ser sua rede de apoio para resgatar os outros humanos que vieram da Terra e estão agora perdidos no inóspito planeta.
Mira é um planeta fascinante e sem precedentes. A vida selvagem se espalha até onde a vista alcança em cinco extensos continentes que são muito distintos entre si, mas que conseguem criar um mundo coeso, cheio de vida e cores.
A jogabilidade é livre e a exploração parece não ter limites, principalmente depois que você libera a licença para pilotar os Skells, os robôs gigantes que voam e se transformam em veículos. A partir desse momento, não existem mais barreiras naquele mundo, tudo o que pode ser feito, será feito. Tudo o que pode ser explorado, será explorado. Mas paciência é a chave, uma vez que você precisará ar por diversos capítulos da história gastando sola até que essa licença seja concedida.
Jogabilidade 5v4g4p

O sistema de batalhas de Xenoblade é automático. Isso é uma constante em todos os jogos e não é diferente no X. Os personagens atacam automaticamente quando entram em um confronto, e o seu trabalho é ativar os golpes especiais, chamados de ARTS, para garantir a vitória. A diferença aqui, para os outros quatro jogos, é que o foco de Xeno X é maior em armas de tiro, ao contrário das espadas que são emblemáticas nos episódios numerados. Então você também precisa escolher entre golpes de longo alcance: tiro, e golpes de curto alcance: espadas.
Xeno X talvez tenha o sistema mais simples entre todos os outros jogos. É claro que existe uma complexidade que pode ser a diferença entre a vitória e a derrota em batalhas mais difíceis, e esse texto poderia seguir um rumo bem diferente e ser praticamente infinito se eu começar a falar sobre topple, buff, debuff, sleep e outras técnicas de força e fraqueza que podem influenciar suas escolhas em uma batalha. Mas são termos que vão ar direto até que você esteja realmente jogando.
Por mais que tudo pareça muito confuso e complexo no começo do jogo, enquanto os tutoriais são extensamente jogados na tela, quanto mais inimigos você encontra, mais claras as coisas ficam e as batalhas se tornam cada vez mais divertidas.
É inerente de um jogo com sistema de mundo aberto facilitar o gameplay ao máximo, uma vez que o foco nesse caso é sempre na exploração, e as batalhas precisam ficar em segundo plano, mas sem jamais serem deixadas de lado. Nesse caso, a Monolith soube como mesclar o sistema implantado no primeiro Xenoblade, com toda a complexidade de golpes e recursos, mas de uma forma simplificada, permitindo que o jogador consiga se familiarizar com muito mais rapidez do que qualquer um dos jogos numerados, e dessa forma se sinta mais livre e seguro para o que realmente importa: a exploração de Mira.
Para progredir a história, você precisa ir até o centro de comando dos BLADES (os heróis do jogo), e solicitar a próxima missão principal, que vai desbloquear o capítulo seguinte. Mas cada capítulo novo vai exigir um nível específico, muitas vezes uma missão de afinidade específica a ser completada e alguns outros requisitos, fazendo com que sua exploração, ao mesmo tempo que é livre, também seja guiada pela necessidade de fazer a história ir adiante.
Alguns problemas também foram portados de forma direta do Wii U e o maior deles talvez seja o tamanho de alguns textos, que ficam quase impossíveis de ler no modo portátil. Muitas informações em letrinhas minúsculas que poderiam facilmente terem sido retrabalhadas para que funcionassem melhor no novo sistema. Outros bugs pequenos, como os carros da cidade que atravessam seu personagem, não foram revisados e/ou corrigidos, mas nesse caso, são coisas que não atrapalham de fato a jogabilidade e/ou comprometem a experiência.
Por algum motivo a versão do Switch não te ensina algo muito importante logo no início do jogo, deveria ser a primeira linha de texto antes de qualquer outra coisa: existe um atalho para o mapa no botão Y. O jogo possui todo um sistema interno de instalação de probes e investigação de locais específicos que precisam do mapa para funcionar, e no Wii U ele estava o tempo todo no GamePad, facilitando o o a essas informações em tempo real. Esse mapeamento do botão é crucial para o sucesso de algumas missões, sem que elas se tornem cansativas e onerosas.
Performance 58a2u

O Wii U sempre foi uma máquina de poder, capaz de produzir jogos belíssimos, e o Switch não é diferente. A Nintendo faz bruxaria com os cartuchos e consegue entregar deslumbres visuais desde o começo, como ARMS, Super Mario Odyssey, e expandir isso para coisas mais ambiciosas e fascinantes como Breath of the Wild e Tears of the Kingdom.
Xenoblade Chronicles X Definitive Edition mantém a beleza e a performance do jogo original, rodando até mais suave no Switch. As texturas não foram necessariamente retrabalhadas, mas tudo foi levemente polido para não fazer feio no portátil.
Alguns personagens foram totalmente redesenhados, para seguir a identidade visual criada em Xenoblade 2, que também serviu como base da remasterização do primeiro jogo no Switch, e assim a série ficou coesa no híbrido da Nintendo. Coesa e completa, porque agora temos Xenoblade Chronicles Definitive Edition; Xenoblade Chronicles 2; Xenoblade Chronicles 2 – Torna, the Golden Country; Xenoblade Chronicles 3 e, finalmente, Xenoblade Chronicles X Definitive Edition no mesmo console.
Mas os créditos de todo o poderio do jogo, sua beleza e sua imponência, devem ser dados a quem realmente é de direito: ao Wii U. Um trabalho muito mais cuidadoso poderia ter sido feito em redesenhar todos os personagens para que ele se sobressaísse entre os outros, sendo ele o último lançamento. Alguns jogos acabam se beneficiando mais do que outros de uma remasterização com menos cuidado, como Super Mario Galaxy.
Outros, quando apenas portados já de uma versão HD, como o novo Xenoblade X, em um momento em que a Nintendo está lançando jogos de empresas parceiras e cobrindo espaço para a chegada do Switch 2, utilizam da própria beleza para que não precisem de um trabalho mais cuidadoso, e se am em suas próprias técnicas já avançadas para oferecer um material que, se ninguém soubesse, poderia facilmente ar por algo feito exclusivamente para essa geração.
Preço e disponibilidade t2kh

Infelizmente, esse é um dos jogos que a Nintendo Brasil decidiu não localizar. E isso acaba fazendo com que ele não seja para todos os públicos. Por mais que a jogabilidade seja livre em um mundo aberto, existe um direcionamento de história a ser seguido, principalmente nas primeiras horas de jogo, e muito texto a ser lido para entender o que precisa ser feito e, principalmente, como precisa ser feito.
Muitas conversas legendadas e muito texto a ser lido com informações que são cruciais para seguir adiante e conseguir entender como as coisas funcionam, principalmente a utilização de menus e submenus, que são muito extensos e parecem complexos no início.
Um entendimento minimamente intermediário de inglês é necessário para que o jogador possa se guiar por Mira e não se frustrar no caminho. Nesse ponto, Breath of the Wild e Tears of the Kingdom acabam sendo mais livres e mais íveis, por exemplo. Xenoblade X ainda está preso em uma fórmula que exige um entendimento e tudo isso é explicado em extensos diálogos expositivos.
Além disso, seu preço, como é de costume dos grandes lançamentos de games no país, segue um preço um pouco salgado. Xenoblade Chronicles X Definitive Edition está disponível na e-Shop brasileira por R$299,00. Além disso, o jogo está sendo vendido na Amazon por R$ 389,99 ou por R$ 306 no Mercado Livre.
Conclusão 6b1136

Todo jogo lançado atualmene anseia em ser mundo aberto, mas não é apenas uma questão de querer. Existe um contexto a ser seguido para que isso funcione de forma orgânica e não pareça vazio e ao mesmo tempo bagunçado. Na série Xenoblade, o contexto está no fato de que o primeiro jogo já era uma sucessão de vários mundinhos abertos, e a Monolith decidiu arriscar criando um ambiente único para acomodar a segunda aventura. E funcionou de forma exemplar.
Xeno X é vivo, é rico em experiências, em biomas, é um jogo que funciona dentro do próprio contexto e, por ser a segunda iteração do que estava se tornando agora uma série, sabe como se diferenciar da primeira aventura, que já havia se estabelecido como um marco dentro de seu gênero.
Trazendo a nostalgia de uma aventura que já possui mais de 10 anos, com um ar novo de frescor com conteúdos inéditos, ele se torna uma aquisição quase que indispensável para saudosistas (os 6 donos de Wii U) e para quem conheceu a franquia agora no Switch. Ou para quem simplesmente não conhece nada e quer se aventurar pela primeira vez, levando em consideração que o formato de batalhas de X, combinado ao seu mundo aberto, oferecem a experiência mais convidativa e com a melhor curva de aprendizado dos cinco jogos da série.
E é inegável que estamos vivendo o melhor momento de Xenoblade nessa geração, e o melhor momento da Monolith Soft. E isso deixa um gosto bom na boca na espera e no anseio do que está por vir no próximo console. Mas enquanto ele não chega, estamos mais do que bem servidos nesse, e, sem dúvida alguma, acabamos de receber o prato principal nesse último 20 de março.
E você, está jogando Xenoblade Chronicles X? Diga para gente nos comentários o que está achando do game.
Veja também
Revisão feita por Victor Pacheco em 04/04/2025.
Veredito: Xenoblade Chronicles X: Definitive Edition 2jkr
Veredito: Xenoblade Chronicles X: Definitive Edition-
Gráficos8/10 Ótimo
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Direção de arte10/10 Excelente
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Som9/10 Incrível
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Jogabilidade9/10 Incrível
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Diversão9/10 Incrível
Prós 193h6n
- Completou a série no Nintendo Switch
- Adicionou coisas novas a um jogo que já era completo
- Jogabilidade livre se adapta perfeitamente ao portátil
Contras 5m192m
- Faltou cuidado na remasterização de todos os personagens
- Não está localizado em PT-BR
- Tutoriais em texto confundem mais do que ajudam